Surat Al Mumtahanah(1). Ó vós que credes! Não tomeis Meus inimigos e vossos inimigos por aliados - lançando-lhes afeição, enquanto eles(2) renegam o que vos chegou da Verdade, fazendo sair o Mensageiro e a vós, porque credes em Allah, vosso Senhor - se saístes de vosso lar para lutar em Meu caminho e para buscar Meu agrado. Vós lhes transmitis, secretamente, afeição, enquanto sou bem Sabedor do que escondeis e do que manifestais. E quem de vós o faz, com efeito, descaminha-se do caminho certo.(3)
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(1) Al Mumtahanah: particípío passado adjetivado de imtahana, examinar, cujo imperativo é mencionado no versículo 10, do mesmo radical do adjetivo que nomeia a sura. Recebe esta qualificação a mulher que emigra da terra dos idólatras para a terra dos moslimes, para abraçar o Islão; sendo assim, em lá chegando, devem os moslimes submetê-la a interrogatório, para se certificarem das causas reais que a levam até eles. A sura se inicia pela proibição dos crentes de se aliarem aos idólatras, inimigos de Deus e dos crentes, pois expulsaram o Mensageiro de Deus e seus adeptos de Makkah, sua terra natal. Alude à inimizade latente dos hipócritas para com os crentes, inimizade esta que não tardará em manifestarse, ao se defrontarem. Concita os crentes a seguirem o exemplo de Abraão e seus seguidores, quando romperam com seu povo, por causa da idolatria, declarando Ihes inimizade, até crerem em seu Deus Único. Aclara como devem proceder os moslimes com seus inimigos. Os que, entre estes, não os combaterem, por causa da Fé, podem ser tratados com blandícia e equanimidade, ao passo que os que os combateram e os expulsaram de seus lares não devem ser tratados como aliados. Quanto às crentes que emigram da terra dos idólatras para a dos moslimes, lá deixando seus maridos descrentes, e quanto às descrentes que abandonam seus maridos moslimes, a sura estabelece série de regras de proceder. Finalmente, exorta o Profeta a aceitar o compromisso, estabelecido com as mulheres emigrantes, de nada transgredirem, e convoca, novamente, os crentes a não se aliarem aos inimigos de Deus. (2) Referência ao povo de Makkah. (3) Este versículo foi revelado, quando Hatib Ibn Abi Baltaah, um dos seguidores do Profeta, percebendo que este se preparava para conquistar Makkah, escreveu uma carta dirigida a alguns de seus habitantes, alertando-os disso, a fim de se precatarem, e confiou-a a uma mulher originária de Makkah, para que lhas entregasse. Informado a esse respeito por Gabriel, o Profeta enviou alguns moslimes a seu encalço, e recuperaram a carta. Questionado, Hãtib desculpou-se, asseverando que temera por sua família, que se achava naquela cidade. O Profeta aceitou-lhe as desculpas.


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