surah.translation .
من تأليف: حلمي نصر .

Nūn(1). Pelo cálamo(2) e pelo que eles(3) escrevem!
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(1) Nun: designação da letra ن, que corresponde, em língua portuguesa, à 13a letra do alfabeto; 'n'. Quanto à interpretação desta letra árabe, no texto, veja-se a sura II 1 n3.Nun, também, pode designar a baleia. (2) O juramento pelo cálamo caracteriza bem a índole cultural do Islamismo, que enaltece o saber, a leitura, os conhecimentos; aliás, o cálamo é o instrumento registrador, por excelência, da sabedoria, fonte do bem de toda a Humanidade. (3) Referência aos anjos incumbidos de registrar por escrito tudo que beneficia os seres.
Tu, Muhammad, pela graça de teu Senhor, não és louco.
E, por certo, há para ti, prêmio incessante.
E, por certo, és de magnífica moralidade.
Então, tu enxergarás, e eles enxergarão.
Qual de vós é o alienado.
Por certo, teu Senhor é bem Sabedor de quem se descaminha de Seu caminho, e Ele é bem Sabedor de quem são os guiados.
Então, não obedeças aos desmentidores,
Eles almejam que sejas flexível: então, serão flexíveis.
E não obedeças a nenhum mísero(1) constante jurador,
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(1) Alusão a Al Walid Ibn Al Mughirah, ferrenho adversário do Profeta.
Incessante difamador, grande semeador de maledicência,
Constante impedidor do bem, agressor, pecador,
Grosseiro e, além disso, fllho espúrio(1).
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(1) Até os dezoito anos, Al Walid Ibn Al Mughirah desconhecia quem era seu pai.
Por ser ele possuidor de riquezas e filhos,
Quando se recitam, para ele, Nossos versículos, diz: "São fábulas dos antepassados!"
Marcá-lo-emos, no focinho(1).
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(1) Forma pejorativa de designar o nariz do pecador, rebaixando-o à condição animalesca. Com efeito, na batalha de Badr, Al Walid Ibn Al Mughirah teve decepado seu nariz.
Por certo, pusemo-los(1) à prova como puséramos à prova os donos(2) do jardim, quando juraram que colheriam seus frutos, ao amanhecer,
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(1) Los: os habitantes de Makkah. (2) Alusão a uma família que residia nas proximidades da capital yemenita. O pai possuía um jardim, de cuja safra retirava a subsistência da família, deixando o excedente para os necessitados. Assim, foi sempre, até que, depois de sua morte, os filhos acordaram em que passariam a recolher tudo para si próprios, não deixando nada para os necessitados. Finalmente, foram castigados e desprovidos do jardim.
E não fizeram a ressalva(1): "Se Allah quiser."
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(1) Literalmente: "e não fizeram exceção".
Então, um flagelo de teu Senhor circulou nele(1), enquanto estavam dormindo,
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(1) Nele: no jardim.
E, de manhã, ficou como a negra noite.
E, ao amanhecer, chamaram uns aos outros:
"Ide, cedo, a vosso campo lavrado, se sois colhedores."
Então, foram adiante, enquanto murmuravam:
"Que nenhum necessitado entre a vós, hoje, lá."
E foram cedo, com má intenção, poderosos.
E, quando o viram, disseram: "Por certo, estamos descaminhados!"(1)
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(1) Eles acreditam haver errado o caminho, pois não reconheciam o jardim, que, na verdade, assim estava, porque fora devastado.
"Ou, aliás, desprovidos."
O mais moderado deles disse: "Não vos dissera eu: 'Que glorifiqueis a Allah'?"
Disseram: "Glorificado seja nosso Senhor! Por certo, fomos injustos."
Então, dirigiram-se uns aos outros, lamentando-se.
Disseram: "Ai de nós! Por certo, fomos transgressores!"
"Quiçá, nosso Senhor no-lo(1) troque por um melhor que este. Por certo, a nosso Senhor estamos rogando."
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(1) Lo: o jardim.
Assim é o castigo. E, em verdade, o castigo da Derradeira Vida é maior. Se soubessem!
Por certo, haverá para os piedosos, junto de seu Senhor, os Jardins da Delícia.
Então, será que consideramos os muçulmanos como os criminosos?
Que há convosco? Como julgais?(1)
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(1) Alusão aos idólatras de Makkah, que pretendiam, caso fosse verídica a Ressurreição, ser tão privilegiados na outra vida, como eram na vida terrena.
Ou tendes um livro, em que ledes
Que tereis o que escolherdes?
Ou tendes, de Nós, terminantes juramentos, até o Dia da Ressurreição, de que tereis o que julgardes?
Pergunta-lhes: "Qual deles é fiador disso?"
Ou têm eles parceiros nisso?(1) Então, que façam vir seus parceiros, se são verídicos.
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(1) Ou seja, "há outros que assim pensem?".
Um dia, as canelas das pernas(1) se descobrirão, e serão convocados a se prosternarem, e não o poderão.
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(1) Descobrir as canelas: estar em dificuldade, tal como, em situação de fuga, quando, para liberar o movimento das pernas, se erguem as roupas. Aqui, a metáfora exprime a dificuldade em que se encontrarão os pecadores, no Dia do Juízo, de que não poderão evadir-se.
Com suas vistas humildemente baixas, uma vileza cobri-los-á. E, com efeito, haviam sido convocados a prosternar-se, enquanto sãos.
Então, deixa-Me com aqueles que desmentem esta Mensagem. Fá-los-emos se abeirarem de seu aniquilamento, por onde não saibam.
E conceder-lhes-ei prazo. Por certo, Minha insídia é fortíssima.
Ou lhes pedes um prêmio, então, estão sobrecarregados de ônus?
Ou têm eles a ciência do Invisível, então, escrevem o que querem?
Então, pacienta quanto ao julgamento de teu Senhor. E não sejas como o companheiro da baleia(1) quando Nos chamou, enquanto angustiado.
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(1) Companheiro da baleia: Jonas. Vide XXI 87 n5.
Não o atingira uma graça de seu Senhor, haveria sido atirado à terra nua, enquanto infamado.
Então, seu Senhor elegeu-o, e fê-lo dos íntegros.
E, por certo, os que renegam a Fé quase te derrubam com suas vistas, quando ouvem a Mensagem, e dizem: "Por certo, é um louco!"(1)
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(1) O ódio dos idólatras é tão forte que quase chega a prejudicar o Profeta.
E ela não é senão Mensagem para os mundos.(1)
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(1) O ódio dos idólatras é tão forte que quase chega a prejudicar o Profeta.