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Surat Al-Anfal(1). Perguntam-te, Muhammad, pelos espólios(2). Dize: "Os espólios são de Allah e do Mensageiro. Então, temei a Allah e reconciliai-vos.(3) E obedecei a Allah e a Seu Mensageiro, se sois crentes"
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(1) AI- Anfâl; plural de Nafal, que, etimologicamente, significa o que é a mais, o que excede. Posteriormente, passou a denominar os espólios de guerra, obtidos do inimigo pelos soldados vitoriosos, já que estes espólios são algo recebido além do alvo principal na luta pela causa de Deus, ou seja, a defesa da nação e a pregação do Islão. Esta sura, assim, se denomina, pela menção de palavra anfal no primeiro versículo. Nela, trata-se da estratégia militar e das legislações que devem ser aplicadas em tempo de guerra, além das orientações que os crentes devem seguir, de um lado, entre eles, e, de outro, entre os inimigos. Destarte, esta sura é iniciada pela solução do problema da partilha de espólios, surgido na batalha de Badr, a primeira entre os moslimes e os idólatras, e ocorrida no segundo ano da Hégira. Por duas vezes ao ano, havia de Makkah para a Síria, e desta para aquela, caravanas que empreendiam comércio nessas regiões. Uma delas, de retorno a Makkah, vinha chefiada por Abü Sufiãn, um dos líderes da tribo Quraich- inicialmente, tenaz adversária do Profeta - e trazia consigo perto de quarenta pessoas e grande carregamento de mercadorias. Ao sabê-lo, pelo anjo Gabriel, o Profeta inteirou os mais moslimes do fato, e estes, entusiasmados com a perspectiva não só da posse da caravana, mas de represália ao que os Quraich lhes fizeram, em Makkah, saíram a seu encontro. Nesse ínterim, Abü Sufiãn, a fim de pôr a salvo a caravana, alterou-lhe o rumo, tomando o caminho do litoral. Ao mesmo tempo, Abu Jahl, um dos líderes Quraich, em Makkah, ao cientifícar-se dos planos moslimes, reuniu numeroso exército para salvaguardá-la. Quando soube que ela se encontrava à salvo, pela tática de Abü Sufiãn, não retornou a Makkah, mas continuou adiante, com o fito de chegar, com seu exército, a Badr, poço de água perto de Al Madinah, e, assim, intimidar o Profeta e seus companheiros, ostentando-lhes superioridade e força. E, para comemorar o feito, pretendiam festejar com banquetes e vinho. Novamente informado do ocorrido, pelo anjo Gabriel, o Profeta, consultou seus companheiros sobre o ataque ao exército Quraich. Os companheiros, porém, em sua maioria, julgaram melhor não combater, alegando a desigualdade de forças entre as hostes, o que lhes poderia, fatalmente, acarretar a derrota. Finalmente, por inspiração divina, Muhammad convenceu-os da necessidade de irem a combate, onde, aliás, acabaram sendo vitoriosos. (2) A terceira pessoa plural é referência aos moslimes, quando, divergindo entre eles, a respeito dos despojos da localidade de Badr, pretendiam saber como dividi-los e a quem deviam eles pertencer, já que os mais jovens sustentavam pertence-lhes exclusivamente, pois, afinal, eram eles que, em luta, se postavam à frente dos exércitos; os mais velhos, entretanto, pensavam o contrário, asseverando que o combate existia, porque dependia da retaguarda, que eles davam aos combatentes. Finalmente, para dirimir as dúvidas e inquirições dos moslimes ao Profeta acerca desta questão, foi revelado este versículo. (3) Somente Deus indica quem possuirá os espólios, e impende ao Mensageiro dividi-los, conforme a vontade divina.
Os verdadeiros crentes são apenas aqueles cujos corações se atemorizam, quando é mencionado Allah, e, quando são recitados para eles. Seus versículos, acrescentam-lhes fé; e eles confiam em seu Senhor.
Aqueles que cumprem a oração e despendem, do que lhes damos por sustento.
Esses são, deveras, os crentes. Terão escalões junto de seu Senhor, perdão e generoso sustento.
A situação de desagrado, acerca da distribuição de espólios(1), é como aquela havida, quando teu Senhor, em nome da verdade, te fez sair de tua casa(2) para combateres, enquanto um grupo de crentes, o estava odiando.
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(1) Este versículo e o seguinte aludem ao dissabor causado aos crentes pela distribuição dos espólios, dissabor este análogo àquele causado antes, quando o Mensageiro, ordenado a sair a combate, os incitou à luta. (2) Casa: aqui, pode ser a própria casa do Profeta ou a cidade de Al Madinah. Isso ocorreu, anteriormente, à Batalha de Badr.
Eles discutiam contigo, acerca da verdade, após evidenciar-se ela, indo eles a combate, como se estivessem sendo conduzidos à morte, olhando-a, frente a frente.
E lembrai-vos(1) de quando Allah vos prometeu que uma das duas partes seria para vós, e almejastes que a desarmada fosse vossa. E Allah desejou estabelecer, com Suas palavras, a verdade e exterminar os renegadores da Fé, até o último deles(2),
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(1) O Gabriel informou ao Profeta que Deus prometera aos moslimes uma destas duas opções: a posse da caravana ou a vitória sobre os Quraich. (2) Ou seja, a caravana, pois as pessoas acompanhantes eram em pequeno número e pouco armadas.
Para estabelecer a verdade e derrogar a falsidade, ainda que os criminosos o odiassem.
Lembrai-vos de quando implorastes socorro a vosso Senhor, e Ele vos atendeu: "Por certo, auxiliar-vos-ei com mil anjos(1), que se sucederão uns aos outros"
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(1) Este número iniciai passou a ser, depois, três mil, para, finalmente, ser cinco mil. Cf. III 124 e I25.
E Allah não o fez senão como alvíssaras para vós e para que vossos corações se tranquilizassem com isso. E o socorro não vem senão de Allah, O Todo-Poderoso, O Sábio.
De quando Ele fez o sono(1) encobrir-vos, como segurança vinda dEle, e fez descer, sobre vós, água do céu, para com ela purificar-vos, e fazer ir o tormento de Satã(2) para longe de vós, e para revigorar-vos os corações e, com ela, tornar-vos firmes os pés.
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(1) O sono atuava como segurança de tranqüilidade para eles, pois o terror do combate os impedia de dormir e descansar. (2) Satã, prevalecendo-se da crítica situação em que se encontravam os moslimes, tentou convencê- los de que, naquelas condições, sem água, sem armas, seriam aniquilados pelos idólatras que, além de mais numerosos e mais bem armados, eram donos da fontes de água, e podiam aniquilá-los, também, pela sede.
De quando teu Senhor inspirou aos anjos: "Por certo, estou convosco: então, tornai firmes os que crêem. Lançarei o terror nos corações dos que renegam a Fé. Então, batei-lhes, acima dos pescoços, e batei-lhes em todos os dedos."(1)
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(1) As partes vulneráveis do homem em combate são: a junção entre o pescoço e a cabeça, e os dedos da mão que empunha as armas.
Isso, porque discordaram de Allah e de Seu Mensageiro. E quem discorda de Allah e de Seu Mensageiro, por certo, Allah é Veemente na punição.
"Esse é vosso castigo: então, experimentai-o; e por certo, haverá para os renegadores da Fé, o castigo do Fogo"
Ó vós que credes! Quando deparardes com os que renegam a Fé, em marcha, não lhes volteis as costas.
E, quem lhes volta as costas, nesse dia - exceto se por estratégia, ou para juntar-se a outro grupo - com efeito, incorrerá em ira de Allah, e sua morada será a Geena. E que execrável destino!
Então, vós não os matastes, mas foi Allah Quem os matou(1). E tu não atiraste areia, quando a atiraste, mas foi Allah Quem a atirou. E fê-lo, para pôr os crentes à prova, com uma bela prova vinda dEle.(2) Por certo, Allah é Oniouvinte, Onisciente.
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(1) Quando os moslimes venceram os Quraich, matando cerca de setenta de seus líderes e capturando outro tanto» alguns deles vangloriaram-se, uma vez que eram, ao todo, apenas 300, sem armas e sem montarias. E venceram mais de mil homens, bem armados, do exército inimigo. Este versículo foi revelado para evidenciar que a vitória era obra divina e não humana, pois foi Deus que enviou os anjos para combaterem com os moslimes. (2) Quando os Quraich apareceram acompanhados de uma multidão, o Mensageiro suplicou a Deus a vitória prometida. Gabriel, então, chegou até ele, e sugeriu-lhe apanhar um punhado de terra e lançá-la contra os Quraich, que, com os olhos cheios de areia e impossibilitados de enxergar, foram derrotados. Outra vez mais, tratava-se da intercessão divina em auxílio dos crentes.
Essa é a vitória, e Allah debilita a insídia dos renegadores da Fé.
Se vós(1) suplicáveis a sentença de Allah, com efeito, chegou-vos a sentença(2). E se vos abstendes da descrença, ser-vos-á melhor. E, se reincidis, Nós reincidiremos, e de nada vos valerá vossa hoste, ainda que numerosa; e Allah é com os crentes.
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(1) Vos: os idólatras de Makkah. (2) Alusão aos rogos de Abu Jahl a Deus, na Kacbah, às vésperas da Batalha de Badr, quando suplica a Deus pelo aniquilamento daquele que mais semeasse hostilidades entre as duas hostes. E foi ele, afinal, o aniquilado, por justiça divina.
Ó vós que credes! Obedecei a Allah e a Seu Mensageiro e não lhe volteis as costas, enquanto ouvis(1).
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(1) Ou seja, enquanto escutais o Alcorão.
E não sejais como os(1) que dizem: "Ouvimos", enquanto não ouvem.
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(1) Os: os idólatras de Makkah.
Por certo, os piores seres animais, perante Allah, são os surdos, os mudos que não razoam.(1)
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(1) Este versículo compara os idólatras que não atendem à pregação do Profeta, aos animais irracionais, que não ouvem e não raciocinam.
E, se Allah soubesse de algum bem neles, havê-los-ia feito ouvir. E, se Ele os houvesse feito ouvir, voltariam as costas, dando de ombros.
Ó vós que credes! Atendei a Allah e a Seu Mensageiro, quando este vos convocar ao(1) que vos dá a verdadeira vida. E sabei que Allah Se interpõe(2) entre a pessoa e seu coração e que a Ele sereis reunidos.
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(1) Ao: ao Islão. (2) Deus conhece os pensamentos do homem e pode modificá-los, conforme Sua vontade.
E guardai-vos de uma calamidade, que não alcançará, unicamente, os injustos entre vós(1). E sabei que Allah é Veemente na punição.
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(1) Referência a que as desgraças, acarretadas pelas dissenções, nâo só atingem os iníquos, mas também os inocentes, com os que convivem, em comunidade.
E lembrai-vos de quando éreis poucos, indefesos na terra(1) temendo que os adversários(2) vos arrebatassem. Então, Ele vos abrigou e vos amparou(3) com Seu socorro e vos deu sustento das cousas benignas, para serdes agradecidos.
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(1) Na terra: em Makkah. (2) Ou seja, os inimigos; isto é, os opositores à nova religião. (3) Em AI Madinah.
Ó vós que credes! Não atraiçoeis a Allah e ao Mensageiro nem atraiçoeis os depósitos que vos são confiados, enquanto sabeis.
E sabei que vossas riquezas e vossos filhos vos são provação e que, junto de Allah, há magnífico prêmio.(1)
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(1) O excessivo amor aos filhos e aos bens materiais pode fazer esquecer ao homem os preceitos de Deus.
Ó vós que credes! Se temeis a Allah, Ele vos fará critério(1) de distinguir o bem do mal e vos remitirá as más obras e vos perdoará. E Allah é Possuidor do magnífico favor.
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(1) Furqãn: critério para distinguir o bem do mal. Cf. II 53 n5.
E lembra-te, Muhammad, de quando os que renegam a Fé usaram de estratagemas(1) contra ti, para aprisionar-te ou matar-te ou fazer-te sair de Makkah. E usaram de estratagemas, e Allah usou de estratagemas. E Allah é O Melhor em estratagema.
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(1) Trata-se da reunião dos Quraich em Dãr al-Nadwah, ou casa da deliberação, em Makkah, onde deliberaram sobre o melhor meio de se livrarem de Muhammad. Entre aprisioná-lo ou bani-lo, concluíram, ao fim desta reunião, pela morte do Profeta, o que seria realizado por um grupo de homens dos mais fortes, escolhidos entre as tribos. O Profeta, então, informado pelo anjo Gabriel, e por sugestão deste, preparou-se para emigrar de Makkah para Al Madinah, marcando, com isso, a Hégira ou o início da propagação do Islamismo. No momento em que viu sua casa sediada pelos assassinos, Muhammad, a fim de confundi-los, solicitou do primo Ali se deitasse no leito, em seu lugar, e, em seguida, saiu pelos fundos da casa, rumo a uma caverna existente na montanha Thawr, perto de Makkah. Quando, então, o grupo assassino acercou-se do leito do Profeta e não o encontrou, mas a seu primo Ali, debandou, malogrado e furioso, e iniciou acirrada perseguição ao Profeta.
E, quando se recitavam Nossos versículos, para eles diziam: "Com efeito, já os ouvimos. Se quiséssemos, haveríamos dito algo igual a isso; isso não são senão fábulas dos antepassados"(1)
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(1) Alude-se, aqui, a um árabe pagão chamado Al-Nadr Ibn Al Hãrith, antagonista do Profeta que viajava pelas fronteiras da Península Arábica para fazer comércio e comprar livros da história dos antigos persas, cujas leituras, no retorno destas viagens, relatava aos correligionários, pretendendo, com isso, torná-las mais interessantes que o Alcorão.
E quando eles disseram: "Ó Allah! Se esta é a verdade de Tua parte, faze chover sobre nós pedras do céu, ou faze-nos vir doloroso castigo"
E não é admissível que Allah os castigasse, enquanto tu estavas entre eles. E não é admissível que Allah os castigasse, enquanto imploravam perdão.
E por que razão Allah não os castiga, enquanto afastam os crentes da Mesquita Sagrada e não são seus protetores? Seus protetores não são senão os piedosos. Mas a maioria deles não sabe.
E suas orações, junto da Casa, não são senão assobios e palmas(1). Então, experimentai o castigo, porque renegáveis a Fé.(2)
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(1) Faz-se, aqui, referência aos peregrinos pagãos que, antes da época islâmica, tinham o hábito de rodear a Kaᶜbah, inteiramente desnudos, tanto os homens quanto mulheres, assobiando, por entre as mãos entrelaçadas, e batendo palmas. (2) Assim lhes falaram, quando foram derrotados pelos moslimes, na Batalha de Badr.
Por certo, os que renegam a Fé despendem suas riquezas para afastar os homens do caminho de Allah. Então, despendê-las-ão; em seguida, ser-lhes-á aflição; em seguida, serão vencidos. E os que renegam a Fé, na Geena, serão reunidos.
Para que Allah distinga o maligno do benigno e faça estar o maligno, um sobre o outro, e os amontoe a todos e os faça estar na Geena. Esses são os perdedores.
Dize aos que renegam a Fé que se se abstêm da descrença, ser-lhes-á perdoado o que já se consumou. E, se reincidirem(1), com
efeito, precederam os procedimentos de punir, dos antepassados.
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(1) Ou seja, "se reinciderem, que se acautelem, pois, serão punidos como já foram os antepassados, que transgrediram os preceitos divino".
E combatei-os, até que não mais haja sedição pela idolatria e que a religião toda seja de Allah. Então, se se abstêem, nada de agressão, exceto contra os injustos.
E, se voltam as costas, sabei que Allah é vosso Protetor. Que Excelente Protetor e que Excelente Socorredor!
E sabei que, de tudo que espoliardes, a quinta parte será de Allah, e do Mensageiro(1), e dos parentes deste, e dos órfãos, e dos necessitados, e do filho do caminho(2) se credes em Allah e no que fizemos descer sobre Nosso servo, no Dia de al-Furqãn[3] (batalha), no dia em que se depararam as duas hostes(4) - e Allah, sobre todas as cousas, é Onipotente.
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(1) Ou seja, parte pertencerá aos designados pelo Profeta, além dos mencionados no versículo. Quanto ao restante, ou seja, os 4/5, pertencerão aos combatentes. (2) Cf. II 177 nl. [3] No dia de Al Furqãn: no dia da vitória, na Batalha de Badr. Quanto ao vocábulo Furqãn, cf. II 53 n5. (4) Cf. III 13 n3.
Quando estáveis do lado adjacente e eles, do lado extremo, e a caravana abaixo de vós.(1) E, se vos houvésseis comprometido com o inimigo, haveríeis faltado ao encontro, mas os enfrentastes, para que Allah cumprisse uma ordem já prescrita(2) a fim de que aquele que fosse perecer perecesse com evidência, e aquele que fosse sobreviver sobrevivesse com evidência. - E, por certo, Allah é Oniouvinte, Onisciente.
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(1) O versículo conota a situação privilegiada dos inimigos em detrimento dos moslimes, na Batalha de Badr. Note-se que o lado mais próximo de Al Madinah, onde acamparam os moslimes, era de areia movediça , por onde se movia com dificuldade, e, além disso, era região desprovida d'água; já o lado mais distante, onde se encontravam os inimigos, era de terra firme e bem abastecida d'água. (2) Ordem já prescrita: a vitória dos moslimes.
Quando, em teu sono, Allah te fez vê-los pouco numerosos. E, se Ele te houvesse feito vê-los numerosos, haver-vos-íeis acovardado e haveríeis disputado acerca da ordem de combate. Mas Allah vos salvou. - Por certo, Ele, do íntimo dos peitos, é Onisciente.
E, quando os deparastes, Ele vos fez vê-los, a vossos olhos, pouco numerosos, e vos diminuiu a seus olhos para que Allah cumprisse uma ordem já prescrita.(1) - E a Allah são retornadas as determinações.
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(1) Isso ocorreu antes do combate, mas, logo que este se iniciou. Deus fez o inimigo ver, em dobro, aos mosiimes. Cf III 13.
Ó vós que credes! Quando deparardes com uma hoste, mantende-vos firmes e lembrai-vos amiúde de Allah, na esperança de serdes bem-aventurados.
E obedecei a Allah e a Seu Mensageiro, e não disputeis, senão, vos acovardareis, e vossa força se irá. E pacientai. Por certo, Allah é com os perseverantes.
E não sejais como os(1) que saíram de seus lares, com arrogância e ostentação, para serem vistos pelos outros e afastaram os demais do caminho de Allah. E Allah está sempre, abarcando o que fazem.
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(1) Referência aos Quraich que, conforme foi visto na nota 1 desta sura, saíram para defender a caravana e, quando esta foi salva, encaminharam-se a Badr e disseram que não retornariam antes dos festejos desse evento, com banquetes, vinhos e canções, para que todas as tribos da Península Arábica tomassem conhecimento de sua vitória sobre Muhammad, o que não ocorre.
E quando Satã lhes aformoseou as obras, e disse: "Hoje, não há, entre os humanos, vencedor de vós, e, por certo, sou vosso defensor." Então, quando se depararam as duas hostes, ele recuou, voltando os calcanhares, e disse: "Por certo, estou em rompimento convosco; por certo, vejo o(1) que não vedes; por certo, temo a Allah. E Allah é Veemente na punição."
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(1) O: alusão aos anjos, que Satã vê, no campo de Batalha, em auxílio dos moslimes.
Lembra-te de quando os hipócritas e aqueles em cujos corações havia enfermidade, disseram: "Esses crentes, sua religião os iludiu. E quem confia em Allah, por certo, Allah é Todo-Poderoso, Sábio."
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(1) Referência aos moslimes que, sendo pouco numerosos, saíram em combate e, mesmo assim, puseram-se em luta com numeroso exército inimigo, na certeza de que sairiam vitorioso por causa de sua religião
E, se visses os anjos, quando levam a alma dos que renegam a Fé, batendo-lhes nas faces e nas nádegas, e dizendo: "Experimentai o castigo da Queima."
"Isso, pelo que vossas mãos anteciparam!" E porque Allah não é injusto com os servos.
Seu proceder é como o do povo de Faraó e dos que foram antes deles. Desmentiram os sinais de Allah; então, Allah apanhou-os, por seus delitos. Por certo, Allah é Forte, Veemente na punição.
Isso, porque não é admissível que Allah transmute uma graça, com que haja agraciado um povo, antes que este haja transmutado o que há em si mesmo(1) - E Allah é Oniouvinte, Onisciente.
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(1) Este versículo encerra o princípio básico responsável pelo aprimoramento social, quer seja, nenhuma mudança ocorrerá na sociedade, sem que antes hajam ocorrido mudanças no íntimo de cada indivíduo que a compõe.
O proceder desses é como o do povo de Faraó e daqueles que foram antes deles. Desmentiram os sinais de Seu Senhor; então, aniquilamo-los por seus delitos e afogamos o povo de Faraó. E todos eram injustos.
Por certo, os piores seres animais, perante Allah, são os que renegam a Fé, pois não crêem.
São aqueles, com os quais tu pactuas; em seguida, desfazem seu pacto, toda vez, e nada temem.(1)
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(1) Revelou-se este versículo a respeito dos Banu Quraizah, tribo judaica residente em Al Madinah, antes da Hégira, e que, pactuando com o profeta, rompeu, depois, este pacto, quando os Quraich, com seus aliados, vieram combatê-lo.
Então, se os encontras na guerra, trucida-os, para atemorizar e dispersar os que estão atrás deles, na esperança de meditarem.
E se temes traição de um povo, deita fora teu pacto com eles, do mesmo modo que eles o fazem. Por certo, Allah não ama os traidores.
E os(1) que renegam a Fé não suponham que se esquivaram. Por certo, não conseguirão escapar ao castigo de Allah.
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(1) Aqui, há referência aos Quraich que se salvaram, após a Batalha de Badr.
E, preparai, para combater com eles, tudo o que puderdes: força e cavalos vigilantes, para com isso, intimidardes o inimigo de Allah e vosso inimigo, e outros além desses, que não conheceis, mas Allah os conhece. E o que quer que despendais, no caminho de Allah, ser-vos-á compensado, e não sofrereis injustiça.
E, se eles se inclinam à paz, inclina-te também, a ela, e confia em Allah. Por certo, Ele é O Oniouvinte, O Onisciente.
E, se desejam enganar-te, por certo, Allah bastar-te-á. Ele é Quem te amparou com Seu socorro e com os crentes.
E pôs-lhes harmonia entre os corações. Se houvesses despendido tudo o que há na terra, não lhes haverias posto harmonia entre os corações, mas Allah pôs-lhes harmonia entre eles. Por certo, Ele é Todo-Poderoso, Sábio.
Ó Profeta! Basta-te Allah, e aos crentes que te seguem.
Ó Profeta! Incita os crentes ao combate. Se há, entre vós, vinte homens perseverantes, vencerão duzentos. E, se há, entre vós, cem, vencerão mil dos que renegam a Fé, porque estes são um povo que não entende.
Agora, Allah alivia-vos a tarefa, sabendo que há fraqueza em vós. Então, se há entre vós, cem homens perseverantes, vencerão duzentos. E se há entre vós, mil, vencerão dois mil, com a permissão de Allah. E Allah é com os perseverantes.
Não é admissível que um profeta tenha cativos, sem antes dizimar os inimigos na terra. Desejais os efêmeros bens da vida terrena, enquanto Allah vos deseja a Derradeira Vida. E Allah é Todo- Poderoso, Sábio.
Não fora uma prescrição antecipada de Allah, um formidável castigo haver-vos-ia tocado, pelo que havíeis tomado em resgate.(1)
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(1) Este versículo censura os moslimes, que aceitaram o resgate dos prisioneiros da Batalha de Badr, quando deveriam havê-los trucidado, para enfraquecer a hoste inimiga. Entretanto, como não procederam de má-fé. Deus os indultou.
Então, comei do que espoliastes, enquanto lícito e benigno, e temei a Allah. Por certo, Allah é Perdoador, Misericordiador.
Ó Profeta! Dize aos cativos que estão em vossas mãos: "Se Allah sabe que há, em vossos corações, um bem, conceder-vos-á algo melhor que aquilo que vos foi tomado, e perdoar-vos-á. E Allah é Perdoador, Misericordiador"
E se desejam atraiçoar-te, com efeito, já atraiçoaram a Allah, antes. E Allah apoderou-se deles.(1) E Allah é Onisciente, Sábio.
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(1) Alusão ao que ocorreu aos idólatras de Makkah, na Batalha de Badr, quando foram mortos ou capturados.
Por certo, os que creram e emigraram e lutaram, com suas riquezas e com si mesmos, no caminho de Allah; e os(1) que abrigaram e socorreram o Profeta e os crentes, esses são aliados uns aos outros. E aos que creram e não emigraram, não tendes de aliar-vos a eles, até que emigrem. E, se eles vos pedem socorro em defesa da religião, impender-vos-á socorro, exceto se contra um povo, com o qual tendes aliança. E Allah, do que fazeis, é Onividente.
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(1) Trata-se dos Al Ansãr, habitantes de Al Madinah, que abrigaram e socorreram o Profeta e seus companheiros.
E os que renegam a Fé são aliados uns aos outros. Se não o fazeis(1), haverá sedição na terra e grande corrupção.
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(1) Ou seja, "se não vos aliardes, também, uns aos outros".
E os que creram e emigraram e lutaram no caminho de Allah, e os que abrigaram e socorreram o Profeta, esses são, deveras, os crentes. Terão perdão e generoso sustento.
E os que creram depois, e emigraram e lutaram convosco, então, esses são dos vossos. E os parentes consangüíneos têm prioridade uns com outros(1), no Livro de Allah. Por certo, Allah, de todas as cousas, é Onisciente.
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(1) Ou seja, "são mais ligados à herança, que uns herdam aos outros". Revelou-se este versículo, para retificar as normas que regiam a herança, uma vez que, nos primórdios da Hégira, os moslimes herdavam, apenas, pelos vínculos da fé e da migração, e não pelos de parentesco. Após a revelação deste versículo, a herança passou a ser regida, única e exclusivamente, pelo parentesco sanguineo.