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Surat Al-Isrá(1). Glorificado seja Quem fez Seu servo Muhammad viajar à noite - da Mesquita Sagrada para a Mesquita Al-'Aqsã(2) cujos arredores abençoamos(3) - para mostrar-lhe, em seguida, alguns de Nossos Sinais(4). Por certo, Ele é O Oniouvinte, O Onividente.
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(1) AI-'Isra': do infinito asrã, que significa andar a noite. Assim, é denominada a sura pela menção, no primeiro versículo, da Viagem Noturna que, de acordo com a tradição, Mutíammad, acompanhado do anjo Gabriel, fez, no segundo ano da Hégira, desde a Mesquita Sagrada, em Makkah, até a Mesquita de Al Aqsã, em Jerusalém. O sentido dessa viagem, no dizer de alguns exegetas, "é a afirmação da unidade profética, a proclamação da identidade das mensagens divinas, transmitidas por todos os profetas, nomeadamente, por Abraão, Moisés, Jesus e Muhammad".A esta viagem terrestre sucedeu, na mesma noite, a outra, mais importante: ai miraj ou ascensão aos céus, onde Muhammad não só encontrou, em cada um dos céus, alguns dos profetas anteriores a ele (Noé, Abraão, José, Moisés, Jesus), mas testemunhou todas as maravilhas invisíveis do Universo. Já no sétimo céu, Muhammad foi levado à Sidrat ai Muntahã (cuja menção aicorânica se encontra na sura LIII 14), à árvore existente à direita do Trono, além da qual, está o Invisível. Passar por ela é interdito a todos os anjos celestiais. Em seguida à série de deslumbramentos e conhecimentos, Muhammad, finalmente, contemplou a Deus com os olhos do espírito. Despertando, contou sua viagem e ascensão a alguns parentes, que, incrédulos, tentaram persuadi-lo de nada relatar a ninguém, pois seus prosélitos poderiam não crer no ocorrido, por inverossímil, além de que seus inimigos se prevaleceriam disso para detraí-lo mais ainda e tornar mais acirradas as perseguições contra ele. Esta sura implica, também, vários itens, cuja maioria se relaciona com a fé; outros, tratam da conduta tanto individual quanto coletiva do homem. Além disso, traz notícias sobre os filhos de Israel (aliás, uma outra denominação desta sura é Banu Israil ou Filhos de Israel), e, ainda, concernentes á Mesquita de Jerusalém, para a qual Muhammad foi transportado, durante a viagem noturna, antes de ascender aos céus; e, outrossim, notícias sobre Adão e Iblis. O elemento preponderante, nesta sura, é a personalidade do Profeta Muhammad e a atitude dos idólatras de Makkah em relação a ele e ao Alcorão; assim também, a natureza da Mensagem, que se distingue das demais, por não apresentar milagres concretos, tais quais os verificados com Abraão, Moisés e Jesus. Ela, apenas, se atém a um plano puramente espiritual e divino. (2) Aqsã: extrema, distante. Trate-seda Mesquita de Jerusalém, que se achava distante de Makkah. (3) Estes arredores sào abençoados, por serem o local eleito pelos profetas, para a adoração de Deus, desde o tempo de Moisés. É o local da revelação divina. (4) Referência aos magníficos sinais do universo celestial, contemplados pelo Profeta, quando, após a viagem terrestre, ascendeu, com Gabriel, às sete regiões empíreas.
E concedêramos a Moisés o Livro, e o fizéramos orientação para os filhos de Israel, dizendo; "Não tomeis, além de Mim, patrono algum."
"Ó descendência(1) dos que levamos com Noé! Por certo, ele era servo agradecido"
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(1) Alusão aos que embarcaram na nau de Noé.
E decretáramos, no Livro, aos filhos de Israel: "Em verdade, semeareis a corrupção na terra, por duas vezes e, em verdade, sublimar-vos-eis, em grande arrogância."
"Então, quando chegar o tempo da primeira das duas promessas, enviaremos contra vós servos Nossos, dotados de veemente fúria. Eles, invadirão os lares." E a promessa foi cumprida.(1)
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(1) Segundo alguns exegetas, isso ocorreu, quando os filhos de Israel mataram o profeta Zacarias. Deus, então, enviou Golias e seu exército, para trucidarem os homens, escravizarem as mulheres e destruirem o Templo.
Em seguida, devolvemo-vos a dominação sobre eles, e estendemo- vos riquezas e filhos. E fizemo-vos mais numerosos.
E dissemos: "Se bem-fizerdes, bem-fareis, a vós mesmos, e se malfizerdes, será em prejuízo de vós mesmos. Então, quando chegar o tempo da última enviá-los-emos(2) contra vós, para afligirem vossas faces e para entrarem na mesquita, como nela entraram, da vez primeira, e para esmagarem, completamente, tudo de que se forem apoderando."(1)
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(1) Refere-se à segunda promessa do castigo, que lhes chegou, quando os filhos de Israel mataram o profeta João Batista. Deus, entáo, enviou, contra eles, Nabucodonosor que os aniquilou e escravizou seus filhos e mulheres, e destruiu, novamente, o Templo de Jerusalém. (2) Los: nossos servos.
E dissemos; "Quiçá, vosso Senhor tenha misericórdia de vós. E, se reincidirdes, reincidiremos. E Nós fizemos da Geena cárcere para os renegadores da Fé"
Por certo, este Alcorão guia ao caminho mais reto e alvissara aos crentes, que fazem as boas obras, que terão grande prêmio.
E que, para os que não crêem na Derradeira Vida, preparamos
doloroso castigo.
E o ser humano suplica o mal como suplica o bem. E o ser humano é pressuroso.(1)
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(1) Ou seja, o homem deseja que a justiça divina se cumpra, imediatamente, de acordo com seu próprio critério, tanto para o mal como para o bem.
E fizemos da noite e do dia dois sinais. Então, apagamos o sinal da noite e fizemos claro o sinal do dia, para buscardes favor de vosso Senhor e para saberdes o número dos anos e o cômputo do tempo. E aclaramos, cada cousa, detalhadamente.(1)
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(1) Ou seja, faz-se escura a noite, para o repouso do homem, e claro o dia, para o labor. Por meio destes sinais, o homem pode estabelecer o tempo; os dias, os meses, os anos.
E, em cada ser humano, impusemos seu agouro no pescoço(1). E, no Dia da Ressurreição, faremos sair para ele, um Livro, que ele deparará, desenrolado.
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(1) Os atos de todos os homens estão intimamente ligados a eles, como se fossem um colar preso ao pescoço.
Dir-se-lhe-á: "Lê teu livro. Hoje, bastas-te, a ti mesmo, por ajustador de contas"
Quem se guia se guiará, apenas, em benefício de si mesmo, e quem se descaminha se descaminhará, apenas, em prejuízo de si mesmo. E nenhuma alma pecadora arca com o pecado de outra. E não é admissível que castiguemos a quem quer que seja, até que lhe enviemos um Mensageiro.
E, quando desejamos aniquilar uma cidade, ordenamos, primeiro, obediência a seus opulentos habitantes. Mas, ao contrário, eles cometem nela perversidade. Então, o Dito cumpre-se contra ela. E profligamo-la, inteiramente.
E que de gerações aniquilamos, depois de Noé! E, dos pecados de Seus servos, basta teu Senhor, por Conhecedor, Onividente.
Para quem deseja a vida transitória, apressamos nela, para quem desejamos, o que queremos. Em seguida, fá-lo-emos queimar-se na Geena, infamado, banido.
E quem deseja a Derradeira Vida, e se esforça em obtê-la, enquanto crente, desses o esforço será reconhecido.
A ambos, a estes e àqueles, estendemos algo do dom de teu Senhor. E o dom de teu Senhor jamais é vedado a alguém.
Olha, Muhammad, como preferimos alguns deles a outros. E, em verdade, a Derradeira Vida é maior em escalões e maior em preferências
Não faças, junto de Allah, outro deus, pois, tornar-te-ias infamado, desamparado.(1)
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(1) A ordem imperativa, deste versículo e de outros, adiante, é dirigida aos homens, em geral.
E teu Senhor decretou que não adoreis senão a Ele; e decretou benevolência para com os pais. Se um deles ou ambos atingem a velhice, junto de ti, não lhes digas: "Ufa!", nem os maltrates, e dize-lhes dito nobre.
E baixa a ambos a asa da humildade(1), por misericórdia. E dize:
"Senhor meu! Tem misericórdia deles, como quando eles cuidaram de mim, enquanto pequenino"
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(1) Baixar as asas da humildade a ambos; protegê-los, com humildade e ternura.
Vosso Senhor é bem Sabedor do que há em vossas almas. Se sois íntegros, por certo, Ele é, para os contritos, Perdoador.
E concede ao parente seu direito e ao necessitado(1) e ao filho do caminho(2). E não dissipes teus bens exageradamente.
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(1) Trata-se da obrigatoriedade de ajuda ao parente próximo (pai, filho), a quem se lhe ofertará toda sorte de sustento; enquanto, ao parente afastado, ofertar-se-á afeição, boa convivência e auxílio eventual. (2) Cf ll 177nl.
Por certo, os dissipadores são irmãos dos demônios. E o demônio é ingrato a seu Senhor.
E, se Ihes(1) dás de ombros, em busca da misericórdia de teu Senhor, pela qual esperas, dize-lhes dito bondoso.
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(1) Lhes: ao parente, ao necessitado, etc. Se, por condições financeiras desfavoráveis, não se puder auxiliá-los, deve-se, ao menos, tratá-lo com ternura.
E não deixes tua mão atada ao pescoço , e não a estendas, com exagero, pois, tornar-te-ias censurado, afligido.
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(1) Metáfora alusiva ao avaro, que tolhe os movimentos da mão, para, assim, não oferecer o que quer que seja a ninguém
Por certo, teu Senhor prodigaliza o sustento, para quem quer, e restringe-o. Por certo, Ele, de Seus servos, é Conhecedor, Onividente.
E não mateis vossos filhos, com receio da indigência: Nós lhes damos sustento, e a vós. Por certo, seu morticínio é grande erro.
E não vos aproximeis do adultério. Por certo, ele é obscenidade; e que vil caminho!
E não mateis o ser humano, que Allah proibiu(1) matar, exceto se com justa razão. E quem é morto injustamente, Nós, com efeito, estabelecemos a seu herdeiro poder sobre o culpado. Então, que ele não se exceda no morticínio(2). Por certo, pela lei, ele já é socorrido.
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(1) Cf. VI 151 n2. (2) O vídice não deve vingar-se além do necessário, como era costume entre as tribos árabes, pré-islamicas, que, comumente, cometiam execessos na vingança, tais como os que matavam toda uma tribo para vingarem a morte de uma só pessoa.
E não vos aproximeis das riquezas de órfão, senão da melhor maneira(2), até que ele atinja sua força plena. E sede fiéis ao pacto firmado. Por certo, o pacto será questionado.
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(1) Cf. VI 152 n3.
E completai a medida, quando medirdes, e pesai com a balança correta. Isso é melhor e mais belo, em efeito.
E não persigas o de que não tens ciência. Por certo, do ouvido e da vista e do coração, de tudo isso se questionará.(1)
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(1) Ou seja, não se deve mentir acerca do que se viu, ouviu ou sentiu, dado que, no Dia do Juízo, da mínima cousa haver-se-á de prestar contas. Não se deve omitir nem acrescentar nada à Verdade.
E não andes pela terra com jactância. Por certo, não fenderás a terra nem atingirás as montanhas, em altura.
O mal de tudo isso, perante teu Senhor, é odioso.
Isso é parte da sabedoria, que teu Senhor te revelou. E não faças, junto de Allah, outro deus, pois, serias lançado na Geena, censurado, banido.
Acaso, vosso Senhor escolheu filhos, para vós(1), e tomou dentre os anjos, filhas, para Ele? Por certo, dizeis dito monstruoso!
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(1) Para vós: para os idólatras, que pretendiam ser os anjos filhas de Deus.
E, com efeito, patenteamos, neste Alcorão, os exemplos, para que eles(1) meditem; e isso não lhes acrescenta senão repulsa à verdade.
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(1) Eles: os descrentes.
Dize: "Se houvesse, junto d'Ele, deuses, como eles dizem, esses, nesse caso, haveriam buscado um caminho até O Possuidor do Trono."(1)
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(1) Ou seja, os outros deuses haveriam procurado acesso a Deus, para usurpar-Lhe o trono.
Glorificado e Sublimado ao auge, seja Ele, acima do que dizem!
Os sete céus e a terra e quem neles existe glorificam-nO.E não há cousa alguma que O não glorifique, com louvor, mas vós não entendeis sua glorificação. Por certo, Ele é Clemente, Perdoador.
E, quando tu, Muhammad, lês o Alcorão, pomos entre ti e os que não crêem na Derradeira Vida, um cortinado invisível.(1)
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(1) Os idólatras de Makkah, ao ouvirem a pregação dó Profeta Muhammad, repetiam, sempre, as seguintes palavras: "Nossos corações estão envoltos em pálios, longe daquilo a que nos convocas, e, há surdez, em nossos ouvidos, e há um véu, entre nós e ti. Vide XLl 5. E, por se mostrarem renitentes à pregação islâmica, neste versículo e no seguinte, Deus efetivalhes, conforme sua renitência, os obstáculos à compreensão do Alcorão.
E fazemo-lhes véus sobre os corações, a fim de o não entenderem e, nos ouvidos, surdez. E quando, no Alcorão, mencionas teu Senhor, só a Ele, voltam-se para trás, em repulsa.
Nós somos bem Sabedores(1) da intenção com que eles ouvem, quando te ouvem e quando estão em confidências, quando os injustos dizem, entre eles: "Não seguis senão um homem enfeitiçado!"
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(1) Deus sabe que os descrentes sempre escarneceram a pregação islâmica.
Olha, como engendram semelhantes a ti, e se descaminham!(1) Então, não poderão encontrar caminho algum.
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(1) Referência às alegações dirigidas, pelos descrentes, ao Profeta, tais como: louco, poeta, enfeitiçado.
E dizem: "Quando formos ossos e resquícios, seremos ressuscitados, em novas criaturas?"
Dize: "Sede o que fordes, pedras ou ferro"
"Ou criatura outra, que vossas mentes consideram assaz difícil de ter vida, sereis ressuscitados." Então, dirão: "Quem nos fará voltar à vida?" Dize: "Aquele que vos criou, da vez primeira." Então, menearão a cabeça, em escárnio a ti, e dirão: "Quando será isso?" Dize: "Quiçá, seja bem próximo"
"Um dia, quando Ele vos convocar, então, vós O atendereis, louvando-O, e pensareis que não permanecestes, nos sepulcros, senão por pouco tempo!"
E dize a Meus servos que digam aos idólatras a palavra(1) que for melhor. Por certo, Satã instiga a cizânia, entre eles. Por certo, Satã é para o ser humano inimigo declarado.
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(1) A palavra: aquelas palavras, mencionadas no início do versículo seguinte; "Vosso Senhor é bem Sabedor de vós", em lugar de dizer: "Ireis para o Inferno", ou outra frase que possa incitar os idólatras a fazerem o mal.
Vosso Senhor é bem Sabedor de vós. Se Ele quiser, terá misericórdia de vós ou, se Ele quiser, castigar-vos-á. E não te enviamos, sobre eles, por patrono.
E teu Senhor é bem Sabedor de quem existe nos céus e na terra. E, com efeito, Nós preferimos alguns dos profetas a outros, e concedêramos a Davi os Salmos.
Dize: "Invocai os que pretendeis serem deuses, além dEle: Eles não possuirão o dom de remover de vós o infortúnio nem alterá-lo"
Esses(1) que eles invocam, buscam meios de aproximar-se de seu Senhor, cada qual ansiando estar mais próximo d'Ele, e esperam por Sua misericórdia e temem Seu castigo. Por certo, o castigo de teu Senhor é temível.
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(1) Esses: os anjos e Jesus.
E não há cidade que não aniquilemos(1), antes do Dia da Ressurreição, ou que não castiguemos com veemente castigo. Isso está escrito no Livro.
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(1) Alude-se, aqui, ao aniquilamento, por morte natural, dos habitantes crentes; e, por castigo e outras desaparições, dos habitantes descrentes.
E o que nos impede de enviar os sinais não é senão que os antepassados os desmentiram(1). E concedêramos ao povo de Thãmüd(2) o camelo fêmea por sinal claro, e foram injustos com ele. E não enviamos sinais senão para amedrontar.
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(1) Era praxe, em épocas anteriores a Muhammad, que os povos, descrentes dos sinais divinos, fossem aniquilados. Entretanto, Deus determinou que os descrentes, a partir de Muhammad, não fossem castigados, senào no dia do Juízo. (2) Cf. VII 73 n3.
E quando te dissemos: "Por certo, teu Senhor abarca os humanos." E não fizemos da visão que te fizemos ver(1), senão provação para os homens(2) e, o mesmo da árvore(3) maldita no Alcorão. E Nós os amedrontamos; então, isso não lhes acrescenta senão grande transgressão.
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(1) Alusão ao que o Profeta viu, durante sua viagem noturna. (2) Os homens: os habitantes de Makkah, entre os quais, uns creram na visão; outros, estranhando o fenômeno, abandonaram o Islão. (3) Alusão à árvore Az Zaqqum, mencionada na sura XXXVII 62. Os Quraich, céticos, nào podiam conceber que, no Inferno, pudesse existir esta árvore, dado que o fogo, que tudo consome, já deveria havê-la consumido também.
E quando dissemos aos anjos: "Prosternai-vos diante de Adão"; então, prosternaram-se, exceto Iblis, que disse: "Prosternar-me-ei diante de quem Tu criaste de barro?"
Disse ainda: "Viste? É este quem preferiste a mim? Em verdade, se me concedes prazo, até o Dia da Ressurreição, tomarei as rédeas de sua descendência(1), exceto de poucos deles"
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(1) Sua descendência: a descendência de Adão.
Allah disse: "Vai! E quem deles te seguir, por certo, a Geena será a recompensa de todos vós, como plena recompensa".
"E importuna, com tua voz, a quem puderes, dentre eles, e tumultua-os, com tua cavalaria e infantaria, e partilha com eles as riquezas e os filhos e faze-lhes promessas." - E Satã não lhes promete senão falácias.
"Por certo, sobre Meus servos não tens poder algum." E basta teu Senhor por Patrono.
Vosso Senhor é Quem vos impulsa o barco, no mar, para buscardes algo de Seu favor. Por certo, Ele, para convosco, é Misericordiador.
E, quando o infortúnio vos toca, no mar, somem aqueles a quem invocais, exceto Ele. Então, quando Ele vos põe a salvo na terra, vós dais de ombros. E o ser humano é assaz ingrato.
Então, estais seguros de que Ele não fará uma faixa de terra engolir-vos ou não enviará contra vós um vento lastrado de seixos, em seguida, não encontrareis para vós patrono algum?
Ou estais seguros de que Ele não vos fará tornar a ele, outra vez, e não enviará contra vós um vento devastador, então, afogar-vos-á(1) por vossa renegação da Fé, em seguida, não encontrareis para vós defensor, contra Nós?
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(1) Ou seja, o mar.
E, com efeito, honramos os filhos de Adão(1) e levamo-los por terra e mar e demo-lhes por sustento das cousas benignas, e preferimo-los, nitidamente, a muitos dos que criamos.
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(1) Ou seja, entre os seres animados e inanimados, que povoam o Universo, a preferência divina recai sobre o ser humano.
Um dia, convocaremos cada grupo dos homens, com seu imam(1). Então, a quem for concedido seu livro em sua destra, esses lerão seu livro e não sofrerão injustiça, nem a mínima que seja.
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(1) Esta palavra significa: o líder. No texto alcorânico, indica o líder religioso que é o Profeta.
E quem, nesta vida é cego(1), na Derradeira Vida será cego e mais descaminhado do rumo.
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(1) Trata-se, logicamente, do cego espiritual, que não atende aos ensinamentos divinos.
E, por certo, quase eles te desviaram, Muhammad, do que te revelamos, para que forjasses, acerca de Nós, outra revelação que esta. E, nesse caso, haver-te-iam tomado por amigo.
E, se te não houvéssemos tornado firme, com efeito, quase te haverias inclinado, um pouco, para eles.
Nesse caso, haver-te-iamos feito experimentar o dobro do castigo da vida e o dobro do da morte. Em seguida, não encontrarias, para ti, socorredor contra Nós.
E, por certo, quase te importunaram, na terra(1) para dela te fazerem sair. E, nesse caso, nela não haveriam permanecido, depois de ti, senão por pouco tempo.(2)
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(1) Ou seja, na cidade de Al Madinah. (2) Triunfaria a palavra de Deus sobre os descrentes, desgraçando-os, se eles houvessem, efetivamente, expulsado o Profeta de Al Medinah.
Assim, foi o Nosso procedimento com quem, com efeito, enviamos antes de ti, dentre Nossos Mensageiros. E não encontrarás, em Nosso procedimento, alteração alguma.
Cumpre a oração, do declínio do sol até a escuridão da noite, e cumpre a oração da aurora. Por certo, a oração da aurora é testemunhada pelos anjos.
E à noite, então, reza com ele(1) à guisa de oração suplementar(2) para ti. Quiçá, teu Senhor te ascenda a uma louvável preeminência.
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(1) Ele: o Alcorão. (2) Esta oração suplementar é privilégio exclusivo do Profeta Muhammad.
E dize: "Senhor meu! Faze-me entrar uma entrada, verdadeiramente, digna, e faze-me sair uma saída, verdadeiramente, digna, e faze-me, de Tua parte, um poder socorredor"
E dize: "A Verdade chegou e a falsidade pereceu. Por certo, a falsidade é perecível"
E fazemos descer, do Alcorão, o que é cura e misericórdia para os crentes. E, aos injustos, isto não acrescenta senão perdição.
E, quando agraciamos o ser humano, ele dá de ombros e se distancia, sobranceiro. E, quando o mal o toca, fica desesperado.
Dize: "Cada qual age conforme sua índole. E, vosso Senhor é bem Sabedor de quem é o mais guiado no caminho"
E perguntam-te eles(1) pela alma. Dize: "A alma é da Ordem de meu Senhor. E não vos foi concedido da ciência senão pouco"
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(1) Eles: os judeus.
E, em verdade, se quiséssemos ir-Nos com o(1) que te revelamos, em seguida, não encontrarias, para ti, patrono contra Nós.
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(1) O: o Alcorão.
Não o fízemos senão por misericórdia de teu Senhor. Por certo, Seu favor para contigo é grande.
Dize: "Se os humanos e os jinns se juntassem, para fazer vir algo igual a este Alcorão, não fariam vir nada igual a ele, ainda que uns deles fossem coadjutores dos outros"
E, com efeito, patenteamos para os homens neste Alcorão, algo de cada exemplo. Então, a maioria dos homens a tudo recusa, exceto à ingratidão.
E dizem: "Não creremos em ti, até que nos faças emanar, da terra, uma nascente".
"Ou que haja para ti um jardim de tamareiras e videiras, e que faças emanar os rios, abundantemente, através dele";
"Ou que faças cair, sobre nós, como pretendes, o céu em pedaços, ou que faças vir Allah e os anjos, frente a frente"
"Ou que haja para ti uma casa repleta de ornamento(1) ou que ascendas ao céu. E não creremos em tua ascensão, até que faças descer sobre nós um Livro, que leremos." Dize: "Glorificado seja meu Senhor! Quem sou eu senão um mortal Mensageiro?"
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(1) Ornamento: traduz a palavras zuhkruf, que significa também, ouro.
E o que impediu os homens de crerem, quando lhes chegou a orientação, não foi senão haverem dito: "Allah enviou um mortal por Mensageiro?"
Dize: "Se houvesse, na terra, anjos que andassem tranqüilos, haveríamos feito descer, do céu, sobre eles, um anjo por Mensageiro"
Dize: "Allah basta, por testemunha, entre mim e vós. Por certo, Ele, de Seus servos, é Conhecedor, Onividente.
E quem Allah guia é o guiado. E para quem Ele descaminha, não lhes encontrarás protetores, além dEle. E reuni-los-emos, no Dia da Ressurreição, arrastados sobre as faces, cegos e mudos e surdos. Sua morada será a Geena: cada vez que se entibiar, acrescentar-lhes-emos fogo ardente.
Essa será sua recompensa, porque renegaram Nossos sinais, e disseram: "Quando formos ossos e resquícios, seremos ressuscitados, em novas criaturas?"
Não viram eles que Allah, que criou os céus e a terra, é Poderoso para criar semelhantes a eles? E Ele lhes fez um termo indubitável. Mas os injustos a tudo recusam, exceto à ingratidão.
Dize: "Se possuísseis os cofres da misericórdia de meu Senhor, nesse caso, haveríeis de retê-los, com receio de despendê-los. E avaro é o ser humano!"
E, com efeito, concedemos a Moisés nove evidentes sinais(1). Então, pergunta aos filhos de Israel, quando ele lhes chegou e Faraó lhe disse: "Por certo, penso, ó Moisés, que és enfeitiçado"
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(1) Os nove sinais são: 1) a vara, 2) a mão alva, 3)o dilúvio, 4) os gafanhotos e os piolhos e as rãs e o sangue, 5) a seca e a escassez de frutos, 6) a passagem pelo mar, 7) a água emanada da rocha, 8) a elevação do Monte Sinai, 9) o colóquio com Deus.
Moisés disse: "Com efeito, sabes que não fez descer estes, como clarividências, senão O Senhor dos céus e da terra. E, por certo, penso, ó Faraó, que estás arruinado"
E ele(1) desejou expulsá-los da terra(2) então, afogamo-lo e a quem estava com ele, a todos.
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(1) Ele: Faraó. (2) Da terra: do Egito.
E dissemos, depois dele, aos filhos de Israel: "Habitai a terra; e, quando chegar a promessa da Derradeira Vida, far-vos-emos vir, em multidões"
E, com a verdade, fizemo-lo(1) descer e, com a verdade, ele desceu. E não te enviamos, Muhammad, senão por alvissareiro e admoestador.
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(1) Lo: o Alcorão.
E fizemos descer Alcorão, fragmentamo-lo , a fim de o leres aos homens, paulatinamente. E fizemo-lo descer, com gradual Descida.(1)
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(1) A revelação do Alcorão ao Profeta durou 23 anos, parrabranger e explicar todos os eventos surgidos na sociedade islâmica.
Dize: "Crede nele; ou, não creais. Por certo, aqueles aos quais fora concedida a ciência, antes dele(1) quando é recitado, para eles, caem de mento, por terra, prosternando-se."
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(1) Antes dele: antes do Alcorão.
"E dizem: 'Glorificado seja nosso Senhor! Por certo, a promessa de nosso Senhor foi cumprida'."
E caem de mento por terra, chorando, e ele(1) lhes acrescenta humildade.
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(1) Ele: o Alcorão.
Dize: "Invocai a Allah ou invocai aO Misericordioso. O que quer que seja que invoqueis, dEle são os mais belos nomes." E não alteies a voz, em tua oração, nem a silencies, e busca, entre ambas, um caminho justo.
E dize: "Louvor a Allah, Que não tomou para Si filho algum, e para Quem não há parceiro na soberania, e para Quem não há protetor contra a humilhação." E magnifíca-O, fartamente.