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Surat Al-Qassas(1). Tã, Sin, Mim.(2)
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(1) Al Qassas: a narrativa. Esta palavra é mencionada no versiculo 25 e, por isso, denomina a sura, que, como as demais reveladas em Makkah, reitera os mesmos temas da unicidade de Deus, da Revelação e da Mensagem. A Sura, revelada quando os moslimes eram, ainda, fraca minoria e os descrentes, a forte maioria dominante, teve por finalidade estabelecer os verdadeiros critérios de força e de valor, onde a força suprema do Universo é a de Deus, seu Criador, e o único valor, na vida, é o da crença. E, para ressaltar estes tópicos, insere suas histórias bem marcantes: a de Faraó com Moisés e a de Qarun com seu povo. A sura é minuciosa na narrativa de Moisés e de seu nascimento, durante o reinado de Faraó, que ordenou a matança dos varões dos filhos de Israel, com receio de que surgisse algum profeta que pusesse fim a seu despótico reinado. A seguir, relata a educação de Moisés, na casa de Faraó, até sua fuga do Egito à Madian, na Síria, e seu casamento com a filha de Chuaib. Seguem-se o colóquio de Moisés com Deus, sua escolha profética, o desafio de Moisés aos mágicos de Faraó, o afogamento do exército faraônico, no Mar Vermelho e a salvação dos filhos de Israel. Finalmente, a sura apresenta a história de Qarun, homem abastado e pertencente ao povo de Moisés, e que, pela excessiva presunção e arrogância, foi engolido vivo. pela terra, com todos seus bens. Pela riqueza de pormenores narrativos, esta sura, muito justificadamente, tem o titulo de a narrativa. (2) Cf. II 1 n3.
Esses são os versículos do explícito Livro(1).
Recitamos, para ti, com a verdade, algo da história de Moisés e Faraó, para beneficiar um povo que crê.
Por certo, Faraó sublimou-se em arrogância, na terra, e fez seus habitantes divididos em seitas, subjugando uma facção deles, degolando seus filhos e deixando vivas suas mulheres. Por certo, ele era dos corruptores.
E Nós desejamos fazer mercê para os que foram subjugados, na terra, e fazê-los próceres e fazê-los os herdeiros do reino de Faraó,
E empossá-los, na terra, e fazer ver a Faraó e a Haman(1) e a seus exércitos aquilo(2) de que se precatavam, acerca deles.
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(1) Haman: o ministro de Faraó. (2) Aquilo: o nascimento de um varão, que, segundo as profecias dos filhos de Israel, iria exterminar a escravidão imposta por Faraó sobre eles.
E inspiramos à mãe de Moisés: "Amamenta-o. E, quando temeres por ele, lança-o na onda, e não temas, e não te entristeças. Por certo, devolver-to-emos e fá-lo-emos dos Mensageiros."
Então, a família de Faraó recolheu-o, para que lhes fosse inimigo e tristeza. Por certo, Faraó e Haman e seus exércitos estavam errados.
E a mulher de Faraó disse: "Ele é, para mim e para ti, alegre frescor dos olhos. Não o mateis. Quiçá nos beneficie, ou o tomemos por filho." E não perceberam o que iria ocorrer.
E o coração da mãe de Moisés amanheceu vazio(1). Por certo, quase o haveria mostrado(2), não lhe houvéssemos revigorado o coração, para que fosse dos crentes.
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(1) Ao tomar conhecimento de que seu filho Moisés caíra em mãos de Faraó, seu coração esvaziou- se de tudo, menos da lembrança de seu filho. (2) Ou seja, quase revelou que Moisés era seu filho.
E ela disse à irmã dele: "Encalça-o." Então, esta o enxergava, de longe, enquanto não percebiam.
E, antes, proibimo-lhe as amas-de-leite; então, ela(1) disse: "Quereis vos indique uma família de uma casa, a qual cuidará dele, para vós, e com ele será cautelosa?"
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(1) Ela: a irmã de Moisés
Assim, devolvemo-lo a sua mãe, para que se lhe refrescassem os olhos de alegria e para que ela não se entristecesse e soubesse que a promessa de Allah é verdadeira; mas a maioria deles não sabe.
E, quando ele atingiu a sua força plena, e amadureceu, concedemo-lhe sabedoria e ciência. E assim, recompensamos os benfeitores.
E entrou na cidade, em momento de desatenção(1) de seus habitantes, e nela, encontrou dois homens que se combatiam: este, de sua seita, e aquele, de seus inimigos. Então, aquele de sua seita pediu-lhe socorrimento contra aquele de seus inimigos; e Moisés esmurrou-o, e pôs-lhe termo à vida. Moisés disse: "Isto é da ação de Satã. Por certo, ele é inimigo declarado, desencaminhador."
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(1) Tudo leva a crer que fosse durante a sesta destes habitantes.
Ele disse: "Senhor meu! Por certo, fui injusto comigo mesmo; então, perdoa-me." E Ele o perdoou. Por certo, Ele é O Perdoador, O Misericordiador.
Ele disse: "Senhor meu! Por aquilo com que me agraciaste, não serei coadjutor dos criminosos."
E ele amanheceu, na cidade, temeroso, ficando à espreita, e eis aquele que, na véspera, lhe pedira o socorro, gritou, para que lhe valesse. Moisés disse-lhe: "Por certo, és evidente sedutor!"
E quando desejou desferir golpes contra o que era inimigo de ambos, este disse: "Ó Moisés! Desejas matar-me, como mataste, ontem uma pessoa? Não desejas senão ser tirano na terra, e não desejas ser dos reformadores."
E um homem chegou, do extremo da cidade, correndo. Ele disse: "Ó Moisés! Por certo, os dignitários deliberam sobre ti, para matar-te; então, sai da cidade. Por certo, sou-te dos conselheiros."
Então, ele saiu dela, temeroso, ficando à espreita. Ele disse: "Senhor meu! Salva-me do povo injusto."
E, quando se dirigiu rumo a Madian, disse: "Quiçá, meu Senhor me guie ao caminho direito."
E, quando chegou ao poço de água de Madian, encontrou, junto dele, uma multidão de homens, que abeberava os rebanhos, e encontrou, um pouco distante deles, duas mulheres, que retinham os seus. Ele disse: "Qual é vosso intuito?" Ambas disseram: "Não abeberaremos nossos rebanhos, até que os pastores partam com os seus, e nosso pai é bastante idoso."
Então, ele abeberou os rebanhos, para elas; em seguida, retirou-se à sombra, e disse: "Senhor meu! Por certo, estou necessitado do que fizeste descer de bom, para mim.”
Em seguida, uma das duas mulheres chegou-lhe andando com recato. Disse: "Por certo, meu pai te convoca, para recompensar-te com o prêmio de haveres abeberado os rebanhos, por nós." E, quando chegou a ele e lhe narrou a narrativa(1), aquele disse: "Nada temas! Salvaste-te do povo injusto."(2)
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(1) Moisés narrou ao pai das moças tanto o homicídio que cometera, quanto a intenção que tiveram de matá-lo os dignitários de Faraó, o que motivou sua fuga à Madian. (2) A terra de Madian não se encontrava no domínio de Faraó e, sendo assim, lá Moisés estava a salvo de seus perseguidores.
Uma das duas disse: "Ó meu pai! Emprega-o. Por certo, o melhor dos que empregares é o forte, o leal."(1)
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(1) A força e a lealdade se revelaram em Moisés, quando ele, ao dar de beber aos rebanhos, removeu, sozinho, de um poço, a tampa de pedra, que exigia a força de dez homens, e, quando pediu a ela andasse atrás dele, ao se dirigirem à casa, para não entrever-lhe partes do corpo, que o vento punha descoberto.
Ele disse: "Por certo, desejo esposarte com uma destas minhas duas filhas, com a condição de me servires por oito anos. E se completares dez, sê-lo-á por tua conta. E nada desejo dificultar-te. Se Allah quiser, encontrar-me-ás dos íntegros."
Moisés disse: "Isso fica entre mim e ti. Seja qual for dos dois termos que eu cumprir, nada de transgressão, contra mim. E Allah, sobre o que dizemos, é Patrono."
Então, quando Moisés encerrou o termo e partiu com sua família, entreviu um fogo do lado do Monte. Ele disse a sua família: "Permanecei, aqui - por certo, entrevejo um fogo - na esperança de fazer-vos vir dele uma notícia, ou um lenho aceso, para vos aquecerdes."
E, quando chegou a ele, chamaram-no, do lado direito do vale, na região bendita da árvore: "Ó Moisés! Por certo, Eu, Eu sou Allah, O Senhor dos mundos,"
"E lança tua vara." E, quando a viu mover-se, como se fora cobra, voltou as costas, fugindo, e não volveu atrás. Ele disse: "Ó Moisés! Vem, e não te atemorizes. Por certo, tu és dos que estão em segurança."
"Introduze tua mão na abertura de teu peitilho, ela sairá alva, sem mal algum, e junta a ti tua mão, para te guardares do medo.(1) Então, estas são duas provanças de teu Senhor para Faraó e seus dignitários. Por certo, eles são um povo perverso."
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(1) A fim de cessar o medo provocado em Moisés pela mão tornada branca. Deus lhe ordena recolocá- la no peito, para que retorne ela a seu estado normal.
Moisés disse: "Senhor meu! Por certo matei um homem deles; então, temo que me matem."
"E meu irmão Aarão, ele é mais eloqüente que eu, em linguagem; então, envia-o comigo, por adjutor, que me confirmará as palavras. Por certo, temo que me desmintam."
Allah disse: "Fortalecer-te-emos o braço com teu irmão(1) e far-vos-emos ter poder; então, não chegarão até vós. Com Nossos sinais, vós ambos e quem vos seguir sereis os vencedores."
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(2) Ou seja, com a ajuda de seu irmão, Aarão
E quando Moisés lhes chegou, com Nossos evidentes sinais, disseram: "Isto não é senão magia forjada! E jamais ouvimos algo disso, entre nossos pais antepassados."
E Moisés disse: "Meu Senhor é bem Sabedor de quem chega com a orientação de Sua parte e de quem tem o final feliz da Derradeira Morada. Por certo, os injustos não serão bem-aventurados."
E Faraó disse: "Ó dignitários! Não conheço, para vós, nenhum outro deus que não seja eu; então, acende-me o fogo, ó Hamam, sob o barro! E faze-me uma torre, na esperança de que eu possa subir até O Deus de Moisés; e, por certo, penso que ele é dos mentirosos."
E ele se ensoberbeceu sem razão, na terra, ele e seu exército, e pensaram que a Nós não seriam retornados.
Então, apanhamo-lo e a seu exército, e deitamo-los fora, na onda. Olha, pois, como foi o fim dos injustos!
E fizemo-los próceres, convocando os homens ao Fogo. E, no Dia da Ressurreição, não serão socorridos.
E fizemo-los perseguidos, na vida terrena, por maldição. E, no Dia da Ressurreição, serão dos ascorosos.
E, com efeito, concedemos a Moisés o Livro - depois de havermos aniquilado as primeiras gerações - como clarividências para os humanos e orientação e misericórdia, para meditarem.
E não estavas, Muhammad, no lado oeste do Monte Sinai, quando decretamos a Moisés a Ordem(1), e não foste das testemunhas.
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(1) Alusão à mensagem divina destinada a Faraó e seu povo.
Mas fizemos surgir gerações, cuja idade prolongou-se(1). E tu não moravas com os habitantes de Madian, para recitar Nossos versículos, para eles(2), mas Nós que enviamos os Mensageiros.
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(1) O enorme tempo transcorrido entre Moisés e Muhammad fez que as gerações intermediárias se olvidassem dos ensinamentos de Moisés. (2) Eles: os habitantes de Makkah.
E não estavas ao lado do Monte At-Tor, quando chamamos a Moisés, mas és enviado como misericórdia de teu Senhor, a fim de admoestares um povo - ao qual não chegou admoestador algum, antes de ti - para meditarem,
E, se uma desgraça os alcançava pelo que suas mãos anteciparam, eles diriam: "Senhor nosso! Se nos houvesses enviado um Mensageiro; haveríamos seguido teus versículos e seríamos dos crentes!"
Mas agora, quando lhes chega a verdade(1) de Nossa parte, dizem: "Que Ihe(2) fosse concedido algo igual ao que foi concedido a Moisés!" E não renegaram(3) o que fora concedido, antes, a Moisés? Dizem: "São duas magias que se auxiliam!" E dizem: "Por certo, somos renegadores de cada uma delas."
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(1) A Verdade: o Profeta Muhammad com a Mensagem de Deus. (2) Lhe: a Muhammad. (3) Os Quraich, ao receberem a mensagem alcorânica, indagaram dos rabinos judaicos seu parecer a respeito de Muhammad. Estes ratificaram sua missão profética, pois dela já tinham conhecimento pela Tora. Não obstante, os Quraich continuaram a renegar ambas as mensagens, a mosaica e a islâmica.
Dize: "Então, fazei vir um livro, da parte de Allah, o qual seja melhor guia que ambos, e eu o seguirei, se sois verídicos."
E, se te não atendem, sabe então, que o que eles seguem são suas paixões. E quem mais descaminhado que aquele que segue a própria paixão, sem orientação alguma de Allah? Por certo, Allah não guia o povo injusto.
E, com efeito, fizemos chegar-lhes, sucessivamente(1), o Dito, O Alcorão, para meditarem.
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(1) Na verdade, a revelação do Alcorão, que durou 23 anos, chegou até eles, paulatinamente, englobando aspectos variados, desde orientação de vida, admoestações, promessas, histórias de fundo moral, até passagens escatológicas.
Aqueles(1) aos quais concedêramos o Livro, antes deste(2), neste crêem.
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(1) Referência a alguns judeus e cristãos que abraçaram o islamismo, porque se convenceram de que o Alcorão era a verdade, já preconizada pelas Escrituras. (2) Deste: do Alcorão.
E, quando recitado, para eles, dizem: "Cremos nele: por certo, é a Verdade de nosso Senhor; por certo, éramos, antes dele, Muçulmanos(1)”.
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(1) Muslimes: isto é, completamente entregues a Deus.
A esses, conceder-se-lhes-á o prêmio, duas vezes, porque pacientam e revidam o mal com o bem e despendem do que lhes damos por sustento.
E, quando ouvem frivolidades, dão-lhes de ombros, e dizem: "A nós, nossas obras, e a vós, vossas obras. Que a paz seja sobre vós! Não buscamos a companhia dos ignorantes."
Por certo, tu, Muhammad, não podes guiar a quem quer que ames mas Allah guia a quem quer(1). E Ele é bem Sabedor dos que são guiados.
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(1) Trata-se do incessante empenho de Muhammad de converter ao islamismo seu renitente tio Abu Talib.
E eles(1) dizem: "Se seguimos a orientação contigo, arrebatarnos-ão de nossa terra." E não os empossamos em um Santuário seguro, para o qual se levam frutos de toda espécie, como sustento de Nossa parte? Mas a maioria deles não sabe.
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(1) Eles: os idólatras de Makkah.
E que de cidades aniquilamos, que foram ingratas com sua vida. E eis suas vivendas que não foram habitadas, depois deles, senão um pouco. E Nós(1) somos O Herdeiro deles.
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(1) Deus é O Herdeiro dos homens, ou seja, a Ele todos irão retornar.
E não é admissível que teu Senhor estivesse aniquilando as cidades, sem antes, haver enviado a sua metrópole um Mensageiro, que recitasse Nossos versículos para eles(1). E não é admissível que estivéssemos aniquilando as cidades, sem que seus habitantes fossem injustos.
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(1) Eles: os habitantes da cidade.
E o que quer que vos seja concedido é, apenas, gozo da vida terrena e seu ornamento. E o que está junto de Allah é melhor e mais permanente. Então, não razoais?
E, será que aquele a quem prometemos bela promessa - e com ela encontrará - é como aquele a quem fizemos gozar gozo da vida terrena, em seguida, no Dia da Ressurreição, será dos trazidos ao Fogo?
E um dia, Ele os chamará e dirá: "Onde estão Meus parceiros, que vós pretendíeis serem deuses?"
Aqueles(1) contra quem se cumprirá o Dito, dirão: "Senhor nosso! São estes os que transviamos; transviamo-los como nós nos transviamos. Rompemos com eles, perante Ti. Eles a nós não adoravam."
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(1) Aqueles: os chefes de comunidade que induziram seus subordinados à idolatria.
E dir-se-lhes-á: "Convocai vossos ídolos." E eles os convocarão, mas não lhes atenderão, e verão o castigo. Se houvessem sido guiados!
E um dia, Ele os chamará e dirá: "Que respondestes aos Mensageiros?"
E, nesse dia, confundir-se-Ihes-ão os informes, e eles não se interrogarão.
Então, quanto a quem se voltou arrependido e creu e fez o bem, quiçá, seja ele dos bem-aventurados.
E teu Senhor cria o que quer, e escolhe o que quer. Não é admissível que a escolha seja deles(1). Glorificado e Sublimado seja Allah, acima do que idolatram!
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(1) Deles: dos idólatras. Este versículo alude a Al Walid Ibn Al Mughirah, dos mais ferrenhos adversários do Profeta, quando, contestando a escolha divina de Muhammad, desejou que o Alcorão houvesse sido revelado a um homem poderoso das duas cidades. Vide XLIII 31.
E teu Senhor sabe o que seus peitos ocultam e o que manifestam.
E Ele é Allah: não existe deus senão Ele, dEle é o Louvor, na primeira vida e na Derradeira. E dEle é o julgamento. E a Ele sereis retornados.
Dize: "Vistes? Se Allah fizesse a noite perpétua sobre vós, até o Dia da Ressurreição, que outro deus que Allah vos faria chegar luminosidade? Então, não ouvis?"
Dize: "Vistes? Se Allah fizesse o dia perpétuo sobre vós, até o Dia da Ressurreição, que outro deus que Allah vos faria chegar uma noite, em que repousásseis? Então, não o enxergais?"
E, de Sua misericórdia, Ele fez-vos a noite e o dia, para, naquela, repousardes, e para, neste, buscardes algo de Seu favor, e para serdes agradecidos.
E um dia, Ele os chamará e dirá: "Onde estão Meus parceiros, que vós pretendíeis serem deuses?"
E tiraremos, de cada nação, uma testemunha, e diremos: "Trazei vossas provanças." Então, eles saberão que a Verdade é de Allah. E o que forjavam sumirá, para longe deles.
Por certo, Qarun(1) era do povo de Moisés, e cometeu transgressão contra eles(2) - e concedêramo-lhe, dos tesouros, aquilo cujas chaves extenuam um coeso grupo, dotado de força - quando lhe disse seu povo: "Não te jactes de teus tesouros. Por certo, Allah não ama os jactanciosos."
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(1) Costuma-se identificar Qarun com Coré, personagem da biblia. Vide Números XVI 1-35. (2) Eles: os membros de seu povo.
"E busca a Derradeira Morada no que Allah te concedeu, e não esqueças tua porção, na vida terrena. E bem-faze, como Allah te bem fez. E não busques semear a corrupção na terra. Por certo, Allah não ama os corruptores."
Ele disse: "Isso me foi concedido, apenas, graças a uma ciência que tenho." E não sabia ele que Allah, de fato, aniquilara, antes dele, gerações, que lhe eram mais veementes em força e mais numerosas? E os criminosos não serão interrogados acerca de seus delitos.
E ele saiu a seu povo, com seus ornamentos. Os que desejavam a vida terrena disseram: "Quem dera houvesse, para nós, algo igual ao que foi concedido a Qarun! Por certo, ele é de magnífica sorte!"
E aqueles, aos quais foi concedida a ciência, disseram: "Ai de vós! A retribuição de Allah é melhor para quem crê e faz o bem. E ela não é conferida senão aos que pacientam."
Então, fizemos a terra engoli-lo ele e a seu lar; e, não houve, para ele, hoste alguma que o socorresse, em vez de Allah, e ele não foi dos socorridos.
E os que, na véspera, anelaram sua posição, amanheceram dizendo: "Seguramente, Allah prodigaliza o sustento a quem quer, de Seus servos, e restringe-o. Se Allah não nos houvesse feito mercê, haveria feito a terra engolir-nos. "Seguramente, os renegadores da Fé não são bem-aventurados."
Essa Derradeira Morada, fá-la-emos para os que não desejam soberba, na terra, nem semear nela a corrupção. E o final feliz será para os piedosos.
Quem chega com a boa ação terá algo melhor que esta. E quem chega com a má ação, que ele saiba que os que fazem más ações não serão recompensados senão pelo que faziam.
Por certo, Aquele que preceituou o Alcorão, sobre ti, te devolverá no dia do Juízo(1). Dize: "Meu Senhor é bem Sabedor de quem chega com a orientação e de quem está em evidente descaminho."
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(1) Maad: lugar de retorno. Trata-se, aqui, da cidade de Makkah de onde, ao sair o Profeta, emigrando para Al Madina, dela sentiu grande saudade. Este versículo foi revelado como promessa de Deus para seu retorno a ela.
E tu não esperavas que o Livro te fosse revelado, mas o foi por misericórdia de teu Senhor. Então, não sejas, de modo algum, coadjutor dos renegadores da Fé.
E que estes não te afastem dos versículos de Allah, após haverem sido descidos para ti. E invoca a teu Senhor. E não sejas, de modo algum dos idólatras.
E não invoques, com Allah, outro deus. Não existe deus senão Ele. Todas as cousas serão aniquiladas, exceto Sua Face. DEle é o julgamento, e a Ele sereis retornados.